Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Guerra, Estratégia e Armas



Sábado, 24.09.22

Sete Meses de Guerra na Ucrânia

 

Granada Atómica Tática disparada pela Artilharia

OIP.jpg

Ao fim de sete meses desde a invasão da Ucrânia, Putin está desesperado com os reveses das suas tropas e decretou uma mobilização dita parcial de mais de 300 mil homens que fizeram o serviço militar, podendo recrutar e mobilizar até um milhão de recrutas para o serviço militar e depois mobilizáveis para o combate.
Principalmente, Putin foi enganado pelos seus serviços secretos que foram falsamente informados que a tática ucraniana no imediato seria fortalecer toda a zona a ocidente do rio Dnieper, o qual tem quase 400 km de Albufeiras de diversas barragens, estando no centro uns 200 km de uma espécie de Alqueva dificilmente transponível. O rio e as Albufeiras são a fronteira entre o oeste e o leste da Ucrânia, mas Selennky não quer fazer da sua pátria um pão fatiado, pelo que a estratégia serviu só para enganar os serviços de espionagem russos. Para Oriente estão as regiões de Lugansk e Donetsk que no imediato não seriam conquistadas. Sucede que as forças ucranianas fizeram tudo ao contrário e a sua ofensiva foi bem sucedida a norte e a leste ou oriente do Dnieper onde os russos não esperavam um ataque e preparavam-se para avançar de Kerson para Odessa ao longo da costa do Mar Negro. Com o desaire a norte retiraram do sul muitas das suas tropas para reforçar a frente norte onde os ucranianos continuam a avançar. Aí os russos chegaram a abandonar o T-90 e T-80 com o motor a trabalhar sempre que ouviam o silvos dos Javelin que automaticamente atacam os blindados em voo picado contra a tampa da torre dos atiradores e explode lá dentro de modo a que a torre salta para fora para se estatelar no chão a mais de vinte metros de distância. Os ucranianos limitaram a entrar e sentar aos comandos para levá-los para as suas garagens ou locais camuflados.
Putin entrou em paranoia e ameaça utilizar bombas nucleares ditas táticas que provocam explosões de 1 kilotonelada equivalente a mil toneladas de explosivo convencional. Não são bombas do fim do mundo, principalmente se forem utilizadas no terreno em que a valentia dos ucranianos permite a dispersão dos homens equipados com lança granadas antitanque portáteis e armas automáticas em espaços entrincheirados e bem cavados como fizeram sempre desde 2014. O perigo é que um bomba de 1 kt com o poder de uns 5 a 6% da bomba de Hiroshima que tinha 15 kt não parece muito, mas quem lança 1 pode lançar 10 e depois 15 ou 20 ou mais, forçando a necessidade imprescindível de uma resposta nos mesmo termos, pelo que no terreno propriamente dito ninguém sairia vencedor e contra bairros onde residem as famílias ucranianas seria muito grave a pedir resposta igual. Isto porque Putin mostrou que foi capaz de bombardear e destruir milhares de apartamentos ucranianos sem o mais pequeno peso na consciência e contra um povo que diz ser irmão e praticamente igual ao russo-
Para além desse perigo há pior que é de tornar a bomba tática de 1 kt uma arma corriqueira que os iranianos poderia utilizar contra Israel e este país contra o Irão e Índia contra o Paquistão e vice versa e qualquer dia até num conflito interno, pois viu-se que Sadam Hussein do Iraque matou com bombas de gás letal toda a população de uma cidade insurgente e muito antes dos americanos expulsarem os iraquianos do Kuweit e também antes de invadirem o Iraque de onde se retiraram depois de o Estado Islâmico ser derrotado e nem estava no Iraque, mas também na Síria.
Saliente-se que as pontes que atravessam o Dnieper estão em grande parte danificadas, pelo que os russos têm muita dificuldade em abastecer as suas forças a oeste do rio e, mesmo, enviar tropas. Estarão aí 24 mil militares russos que incluem paraquedistas lançados de avião e que estão entrincheirados, mas com poucas munições, alimentos e apoio em geral. Os russos querem aguentar Kherson por decisão política de Moscovo, mas estão lã com muita dificuldade e quase sem espírito combativo. Mesmo para as tropas de elite, aquilo não é a guerra deles.
Alice Marques, Alberto Amorim e 3 outras pessoas
 
2 comentários
1 partilha

Autoria e outros dados (tags, etc)

por DD às 22:57

Domingo, 18.09.22

Engenharia do Pensamento - Realismo e Realidade

A Invasão russa da Ucrânia está a ser desde o início um confronto entre defensores de um chamado realismo e a própria realidade, isto para observar a situação no âmbito da engenharia do pensamentos que não é filosofia nem psicologia, mas talvez sociologia dos meios naquilo que o sociólogo alemão Max Weber designava por “paradoxo das consequências”.
Realismo e realidade não são a mesma coisa e posso exprimir isso com um exemplo banal. Putin no seu realismo deveria ter pensado, a Rússia é uma espécie de tubarão e vai abocanhar num instante um pequeno peixe 34 vezes mais pequeno, um robalo ou talvez uma sardinha, a Ucrânia, e acrescentava às suas elucubrações, o cardume é dirigido por um “palhaço” que desprezo como o desprezam os comunistas portugueses.
Selensky foi aconselhado pelo seu chefe dos serviços de informação que deveria ser realista e negociar com Putin porque seria melhor ficar com algo como uma pequena Ucrânia sem acesso ao mar que sem nada e ser fuzilado se os tanques russos T-90 chegassem à Praça Maidan.
O presidente da Ucrânia pode ser tido como um homem que veio do espetáculo mas não é parvo e despediu todo o pessoal realista dos serviços secretos, preferindo aconselhar-se com o general Valeriy Zalozhny a quem entregou o comando das operações militares de defesa da Ucrânia. O “general de ferro” como o chamam é um homem que em julho de 2014 vestiu um colete balístico e foi para frente do Donbass com a sua AK combater os russos. Aprendeu a conhecer as suas incapacidades para o combate porque estavam a lutar por duas minúsculas repúblicas de ficção para alimentar o ego de um autocrata vitalício.
O general é um conhecedor experiente da engenharia da guerra e sabe que não é uma arte, mas um somatório de técnicas.
Em primeiro lugar foi evidente a burrice da escolha do fim do inverno, a data de 24 de fevereiro para iniciar a conquista da Ucrânia quando a neve que cobre em camadas muito altas os campos da Ucrânia está mole e começa a misturar-se com o solo lamacento. Estive na Rússia nesse mês e vi a neve e o gelo castanhos da poluição dos escapes das viaturas. Junto aos lancis ainda gelo muito forte e escorregadio, mais para dentro a neve mole que a partir de uma dada espessura enterra as lagartas dos tanques e rodas dos carros de combate e transporte.
Acima de tudo, o general sabia o que estava dentro de um T-90, o blindado de combate mais poderoso das forças russas. Apesar de terem andado em exercícios na Bielo Rússia durante um mês e meio, os militares russos nada aprenderam e lançaram-se ao ataque sem preparação devida. Os conscritos foram chamados à pressa e os profissionais estavam empenhados em preparar mais homens para o combate. Em março e abril, os russos perderam 650 tanques e os ucranianos 220. Muitos tanques perderam-se porque os condutores não estavam treinados e resvalaram para taludes sem conseguiram sair da estrada 95 e o eixo de ataque russo que pretendia chegar em 72 horas a Kiev para fuzilar Selensky ficou parado na estrada 95 num fila de 65 km sem proteção dos flancos. Os T-90 têm uma poderosa peça de 125 mm destinada ao combate a blindados de batalha principal, mas que não serve para combater valentes ucranianos equipados com lança granadas antitanque russas RPG 7 e as mais moderna Javelin, NLAW, Panzerfaust, etc. A metralhadora ligeira coaxial dos tanques serve para pouco como a metralhadora pesada na torre que deixa o operador de fora. Os russos julgavam-se muito espertos e equiparam os T-80 e T-90 com computadores de bordo e visores ligados a satélites para observarem o campo de batalha. Só que os jovens conscritos viram-se aflitos para funcionarem com o material informático e enquanto procuravam ver alguma coisa já tinham levado com a granada perfuradora de uma arma antitanque. Além disso, os seus comandante disseram que seriam recebidos com flores e doces em Kiev. Os infelizes rapazes em vez dos rebuçados viram os seus tanques perfurados por granadas que mataram muitos deles.
No fim da primavera e no início do verão a situação não se alterou muito. Com perdas muito elevadas os russos pararam a sua ofensiva de combate, limitando-se a bombardear à distância com mísseis de longo alcance que não impediram que a Ucrânia recebesse apoios de fora graças à extrema tenacidade de Selensky A destruição das casas das famílias ucranianas e o massacre de Butcha enfureceu toda a Ucrânia e motivou os militares e os civis que se alistaram para defender a Pátria. Personalidades conhecidas do mundo das artes, desporto e da intelectualidade alistaram-se e sabemos pelos que morreram que assim foi. Do estrangeiro regressou um grande número de ucranianos para combaterem o inimigo russo. Uns jovens operacionais da construção que vieram à minha casa colocar janelas duplas já foram combater na sua terra, disse-me há dias o gerente da empresa. Agora a descoberta da valas comuns com centenas de cadáveres assassinados com mãos atadas e sinais de tortura ainda mais motivou os ucranianos já não para a defesa dessa entidade chamada pátria, mas sim para a defesa das suas vidas particulares e pior ainda quando se sabe que os russos procuram voluntários para a força militar capitalista Wagner entre os criminosos assassino, traficantes que povoam as suas prisões. De psicologia de guerra, o vitalício de Moscovo nada percebe nem é capaz de pensar. Mas é perigoso, pois como dizia o filósofo espanhol Ortega Y Gasset, pior que um malvado é um estúpido que o é durante as 24 horas do dia e da noite.
Foto: T-90 destruído. Circulava na estrada ladeada por arvoredo. Um único e valente ucraniano deu cabo dessa valiosa máquina de guerra utilizada por cobardes russos.
Pode ser uma imagem de 1 pessoa e ao ar livre
 
 
 
src="data:;base64," width="18" />
src="data:;base64," width="18" />
src="data:;base64," width="18" />
Rogerio Pires Pereira, Fernando Manuel Costa e 17 outras pessoas
 
4 comentários
6 partilhas
 
 
Gosto
 
 
 
Comentar
 
 
Partilhar
 
 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por DD às 09:10

Sexta-feira, 16.09.22

Russos Deixam Sucata nas Estradas da Ucrânia

Muitas estradas ucranianas ficaram assim.
Pejadas de tanques russos destruídos por atiradores furtuitos e emboscados nos bosques com armas portáteis antitanques PGR7, NLAW, Javelin, Panzerfaust, etc.
 
Pode ser uma imagem de 2 pessoas, árvore e ao ar livre
 
 
 
Gostos no Gacebook - Página de Dieter Fellinger 
Otília Góis Pinto, Maria Manuela Costa e 13 outras pessoas
 
3 comentários
 
Partilhar
 

3 comentários

 
 
Ver mais 1 comentário
Mais relevantes
 
 
MTeresa SantosTavares Góis
É uma tristeza, inadmissível no século XXI, e saem impunes aqueles criminosos.
src="data:;base64," width="18" />

Autoria e outros dados (tags, etc)

por DD às 15:13

Sexta-feira, 16.09.22

Crimes de Guerra Russos pagam-se tarde ou cedo

Os russos que fizeram isto às famílias ucranianas estão a pagar caro. Muitas famílias russas de 45 a 55 anos perderam já os seus filhos que em muitos casos são únicos devido à baixa natalidade e não gostam, estando prontas a fazer ao Putin o que os romenos fizeram ao casal Ceausescu. Ele que tenha cuidado com manifestações a seu favor, podem dar o mesmo resultado que uma feita em Bucareste para elogiar o génio do ditador.
Pode ser uma imagem de fogo e ao ar livre
 
 
 
 
Gostos no Facebook
 
Catarina Passinhas, Maria Manuela Costa e 15 outras pessoas
 
 
 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por DD às 14:44


Mais sobre mim

foto do autor


Pesquisar

Pesquisar no Blog  

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

calendário

Setembro 2022

D S T Q Q S S
123
45678910
11121314151617
18192021222324
252627282930